quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Lição de casa



Pelas ondas da recepção escorre o entendimento. Do que ele é feito poucos se aventuram a arriscar, uma vez absorvido fica a critério de cada cérebro uma distinção. Se é certo ou errado o recebido, o inconsciente elege intuição cerrada, veia isquêmica libertina.

Sujos são os homens com essa liderança quebrantada, anulada com a própria ambição desumana numa cobradora imposição reservada. Avatares sociais desnudam caráter, soerguem arquétipos babilônicos, mentem o conteúdo da história. O que há? Há interesse, há ilusão, há o insolúvel.


O desconcerto todo reverbera indolente, renega os talentos devidos, supera eleitas insígnias, degenera vontades espertas. Que fazer? Adiar o devaneio, enxergar além do insípido, desestruturar o que é verídico. Esse é o ato meticuloso, o cheiro do insosso, ensino que avalia a alma.     

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Labirinto sarcástico



Lágrimas irônicas descendentes
Nomes próprios do jargão
Turmalina rachada na faca 
Silêncio cego indica a fonte

O quanto a contento me esgueiro
De fato é um jeito bailarino
Se o trajeto perseguido vem contido
Quieto desvencilho-me com talento

Dentro das risadas eu ouço erros
Excessos e hábitos volúveis
Inverdades ditas sem palavras
Contumaz e sórdido o efeito

Uma filha amante dos homens
Pede permissão à mãe para o sexo
Arquejando desejo latente nos olhos
Sorri com a mão indo ao negócio

Por este caminho que se trilha
Não é vista entrada nem saída
Indefinido e logaritmo é o meio
Pares ímpares revezam os sons

Sem respeito surgem curvas, becos
Desafiam lagartos do atormento
Uma incógnita quebra o laço letal
Faz emergir a vergonha e o medo

Alheio à vida é o objetivo dos convivas
Ambulantes mentes digeridas no infinito
O destino me parece sem remetente
Do caos foi costurado o labirinto.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

TINTURARIA UNIVERSO





Uma vez vi escrito num cabide de minha casa:
“tinturaria universo”
Mas não era um nome marcado à máquina
Estava em tinta azul escura
Que borrada era clara

Esquisito esse tal registro
Assim solto, singular inciso
Em um único cabide só
Do armário de meu irmão

O gancho era novo; com pouco pó
As letras vistas mal escritas
Dançavam tortas pela madeira
Como feitas por criançinhas

Mas esse escrito muito me enebulava
Porque tal título incompreendido
Num armário de minha casa?