Uma vez vi escrito num cabide de minha casa:
“tinturaria universo”
Mas não era um nome marcado à máquina
Estava em tinta azul escura
Que borrada era clara
Esquisito esse tal registro
Assim solto, singular inciso
Em um único cabide só
Do armário de meu irmão
O gancho era novo; com pouco pó
As letras vistas mal escritas
Dançavam tortas pela madeira
Como feitas por criançinhas
Mas esse escrito muito me enebulava
Porque tal título incompreendido
Num armário de minha casa?