terça-feira, 24 de novembro de 2009

Coito



Te levando ao topo

Ao requisito de mais libido

Escolto teu sexo à ebulição

Em fervor de suor vivo

Me escorrego pela contração

Amando e vivendo tuas partes

Desejando a lascívia do hálito

O cheiro expresso do divino

Pondo-me junto de ti

Ansiando o toque do perfeito

O ato do tato mais devasso

Um calor interno das coxas

O arrepio instintivo de corpo doado

Repentino como o atrito dos músculos

O encaixe engrenado dos opostos

No subterfúgio do raciocínio da mente

Recebendo teu gozo puro de insanidade.


terça-feira, 10 de novembro de 2009

A ÁRVORE DA SERRA




- As árvores, meu filho, não têm alma!

E esta árvore me serve de empecilho...

É preciso cortá-la, pois, meu filho,

Para que eu tenha uma velhice calma!



- Meu pai, por que sua ira não se acalma?!

Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?!

Deus pôs almas nos cedros... no junquilho...

Esta árvore, meu pai, possui minha'alma!...



- Disse - e ajoelhou-se, numa rogativa:

"Não mate a árvore, pai, para que eu viva!"

E quando a árvore, olhando a pátria serra,



Caiu aos golpes do machado bronco,

O moço triste se abraçou com o tronco

E nunca mais se levantou da terra!
 
 
 
Ausgusto dos Anjos