quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O adeus final


A glória da atmosfera sensibiliza nossa pele
Um último eco do vento sobre o oco do vale
Realeza tremular no antigo da montanha
Orvalhos propagando o prisma infinita cor
 
Estrelas sem fim em domínio universal
Anéis de energia vêm ao som do rugido
No horizonte o esplendor da Natureza
Afago do tempo sobre a matéria viva
 
O primitivo encantando num telúrico movimento
Belos reflexos do rio dentro d’alma
Imensidão de Amor doada à Amizade
Incerteza das luas nos seus movimentos

Quão magnético é o teor das partículas
Trânsito de vidas e pedras na espiral da origem
O calor do cosmos desabrocha em juventude
Raças acenam para a extinção de seu tempo

Substâncias fluirão sem meta pela intermitência
É dispersão imensurável de toda a Energia Vital
O pensamento explana limite em si mesmo
O Universo pulsa e reinicia o adeus final.

sábado, 22 de outubro de 2011

Comunhão do Fogo

O chão quente permanece quente, teso e chamejante.  O fogo brando ativa as lamúrias da hipnose, forjando o forte no aquecimento do ambiente. Labaredas vibram em comunhão enlaçada, num turbilho laranja. No casamento do vento com a chama, vence a fumaça. Ali no sopro das luzes amarelo-noite se desmoronam por cima as sombras engole-facho.

Queima a madeira viva – alimento expirado em júbilo contínuo – com fé e aprimoramento. Como as pontas do chicote dançarino do mestre, as línguas fátuas beijam-se entre si, implacáveis pela improvisação da coreografia. O ferro cintilante borbulhando na forma surge da criação Elemental: substância refinada, competência hermética dos ancestrais.

Ele, aliado da fuga invernal, mas inimigo da mata primaveril. Molde-trunfo da revolução industrial, por outro lado desaba-mundo das edificações comensais. Também é o trauma em todos os graus da cicatriz humana. Exercendo sobre o brilho da pupila o âmago do medo horroroso e o fascínio obsessivo da atração, numa pirofagia dúbia, bipolar.

Ai essencial combustível aeróbico que concede viva vida! Imponente partilha o mesmo cargo em toda a existência. Pela pira preservada remete ao simbolismo esportivo - força do músculo - daí vem e dá suculência à carne ingerida, assada na medida sobre chama incandescente e necessária. Em muitos atos foi sinônimo de loucura insanidade perversão, surto incendiário na mente de um fascinado, atraído para sedução descontrolada.   
Uma vez atiçado, seja pela faísca espontânea natural ou ação certa intencional, o elemento ganha vida própria em autofagia sem razão, alimentando-se do que arde e inflama, a migrar infindável numa propagação atroz beijada pelo desejo do vento. Origina sempre em transparente azul de natureza espiralada, corpo flexível com transformação imprevisível. E, após a pujança nutrida de seu apogeu, perece, agonizando enfim, numa brasa de carvão ensandecida. 

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

EU VOU FAZER UMA EMBOLADA, SAMBA COM MARACATU
TUDO BEM ENVENENADO, CONTRA MIM E CONTRA TU.


Chico Science

domingo, 11 de setembro de 2011


Penhasco Astral





O pedido das pernas cansam a mente

Justo e melhor é deitar dormente

Choramingar pendente

Oscilar no limiar.





Na dúvida de escolhas escolha as pessoas

As vozes com cheiros delas

Suas vontades mínimas

E tudo que zune e se aproxima.






Como uma só é a vida

E uma só oportunidade é o momento

Ele deve e se faz bem lento

Incessante que anuvia.




A diretriz assim segue e forma fronteira

O cérebro engana até a beira

Deixe de ser besta

Os trópicos estão armados.





Vem aí o barulho do mundo

Parte de uma verdade do tudo

Em que estrelas indicam a foz norte

Assegurando a posição do pés.






Não persista na ponta do penhasco

Quando a águia vacila no ataque

O ar suprime a vontade avante

Na queda qualquer vida é astral.

  

terça-feira, 22 de março de 2011

Esoterismo perplexo



Imunidade astral é composição inviável para os corpos.

Uma leve conexão de mentes abre uma fenda infinita.

Ondas provocam no tato a sensibilidade íntima de tudo.

No sonho nossos olhos estão mais abertos do que nunca.

Com intuito arriscamos nossos desejos antes da morte.

O interior profundo flerta inverossímil com os seres.

Pelo instinto, gestos vivos atuam em existência.

E pressente-se que não se sabe de nada no Universo,

Mas se sente que muitas energias estão agindo em tudo.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Domingo Sadio

Na esquina da manhã
Todos cheiros convergem
A companheira sorri
O sol e seu sorriso aquecem

O gosto da noite na pele
A limpeza do ceú alivia
O domingo permeia beleza
Uma nova história se inicia.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Vida longa à guerra


A tal guerra vem perpétua

Antes mesmo do humano

Suja e ensanguenta tudo

Ama difundir o insano


Justifica-se num mecanismo de defesa

Mente a si própria com desgostoso ego

Fere e mata numa indiferença indigna

Odeia a beleza e leva o osso a ferro


Constrói monumentos de destruição

Sua impecabilidade em violência ativa

Lágrima infinitesimal escorrida no chão

Poder e antiamor contra a forma de vida


Um efeito forte no instinto e raciocínio

Difunde rancor e busca o topo da cadeia

A covardia de espírito lacerada no vício

Sua vida será longa enquanto tudo rodeia.