sexta-feira, 9 de abril de 2010

NUDEZ OBLÍQUA





É um desejo que temos idealizado

Desnudar o pudor deliciosamente

Tornar públicas as genitálias

Há verdade nisso



Demonstrando a realidade das nossas formas

O ímpeto do nosso corpo ferramenta

Vê-se o quão simples é a animalidade

A curva do vento nas ancas



Mas a praxe oculta a grande ânsia

O tabuzinho esdrúxulo do encobrimento

Porque tememos o nosso nudismo

Mas amamos assistir o alheio



Morrer com gosto é morrer sem roupa

Como quando irrompemos do útero

Pelo prazer copular somos bem vindos pelados

No auge a arte aplaude todo o contorno



Nus vamos ao nosso próprio encontro

À crua singularidade em natureza

Assim tudo é feito com majestade

No clímax do estado vital.




3 comentários:

Universo disse...

desnudariamos idealmente, também, os pensamentos de suas roupagens e máscaras.

C. disse...

Que poema bonito! Parece um soneto, não na forma, mas no conteúdo. Conduz o raciocínio da gente, e não tem jeito de não anuir à nudez. Um soneto desnudo! Taí.

poesia em puberdade disse...

Agradecido de verdade, é ótimo quando alguém reconhece o momento sublime da natureza humana. Záis!