O chão
quente permanece quente, teso e chamejante. O fogo brando ativa as lamúrias da hipnose,
forjando o forte no aquecimento do ambiente. Labaredas vibram em comunhão
enlaçada, num turbilho laranja. No casamento do vento com a chama, vence a
fumaça. Ali no sopro das luzes amarelo-noite se desmoronam por cima as sombras
engole-facho.
Queima a madeira viva – alimento expirado em júbilo contínuo – com fé e aprimoramento. Como as pontas do chicote dançarino do mestre, as línguas fátuas beijam-se entre si, implacáveis pela improvisação da coreografia. O ferro cintilante borbulhando na forma surge da criação Elemental: substância refinada, competência hermética dos ancestrais.
Ele, aliado da fuga invernal, mas inimigo da mata primaveril. Molde-trunfo da revolução industrial, por outro lado desaba-mundo das edificações comensais. Também é o trauma em todos os graus da cicatriz humana. Exercendo sobre o brilho da pupila o âmago do medo horroroso e o fascínio obsessivo da atração, numa pirofagia dúbia, bipolar.
Queima a madeira viva – alimento expirado em júbilo contínuo – com fé e aprimoramento. Como as pontas do chicote dançarino do mestre, as línguas fátuas beijam-se entre si, implacáveis pela improvisação da coreografia. O ferro cintilante borbulhando na forma surge da criação Elemental: substância refinada, competência hermética dos ancestrais.
Ele, aliado da fuga invernal, mas inimigo da mata primaveril. Molde-trunfo da revolução industrial, por outro lado desaba-mundo das edificações comensais. Também é o trauma em todos os graus da cicatriz humana. Exercendo sobre o brilho da pupila o âmago do medo horroroso e o fascínio obsessivo da atração, numa pirofagia dúbia, bipolar.
Ai essencial
combustível aeróbico que concede viva vida! Imponente partilha o mesmo cargo em
toda a existência. Pela pira preservada remete ao simbolismo esportivo - força
do músculo - daí vem e dá suculência à carne ingerida, assada na medida sobre
chama incandescente e necessária. Em muitos atos foi sinônimo de loucura
insanidade perversão, surto incendiário na mente de um fascinado, atraído para sedução
descontrolada.
Uma vez
atiçado, seja pela faísca espontânea natural ou ação certa intencional, o
elemento ganha vida própria em autofagia sem razão, alimentando-se do que arde
e inflama, a migrar infindável numa propagação atroz beijada pelo desejo do
vento. Origina sempre em transparente azul de natureza espiralada, corpo
flexível com transformação imprevisível. E, após a pujança nutrida de seu
apogeu, perece, agonizando enfim, numa brasa de carvão ensandecida.
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