Gozo Insatisfeito
Entre o gozo que aspiro, e o sofrimento de minha mocidade, experimento
O mais profundo e abalador atrito... Queimam-me o peito cáusticos de fogo
Esta ânsia de absoluto desafogo
Abrange todo o circulo infinito.
Na insaciedade desse gozo falho busco no desespero do trabalho,
Na insaciedade desse gozo falho busco no desespero do trabalho,
Sem um domingo ao menos de repouso, Fazer parar a máquina do instinto, Mas, quanto mais me desespero, sinto A insaciabilidade desse gozo!
A dança do psique
A dança dos encéfalos acesos Começa. A carne é fogo. A alma arde.
A espaços As cabeças, as mãos, os pés e os braços
Tombam, cedendo à ação de ignotos pesos!
E então que a vaga dos instintos presos- Mãe de esterilidades e cansaços -Atira os pensamentos mais devassos
Contra os ossos cranianos indefesos
Subitamente a cerebral coréia
Pára. O cosmos sintético da idéia surge.
Emoções extraordinárias sinto
Arranco do meu crânio as nebulosas
E acho um feixe de forças prodigiosas
Sustentando dois monstros: a alma e o instinto!
Augusto do Anjos
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